quinta-feira, 5 de novembro de 2009

David de Souza

Amigo bandido
sumido ido
do grito surge
o eu nele
erotismo calado
tempo tempo templo
de eras que vão.
e voltam

3 comentários:

  1. Os colegas de blog têm escrito bem demais. Poema bom. Vou me aventurar a um comentário em torno da escolha vocabular:

    Além do campo semântico, o sintagma nominal "amigo bandido" é muito bom, pois, no campo estético, resulta numa rima interna e toante a-i-o. O segundo verso, que contém um termo mais forte, "sumido",ao meu ver supera o primeiro do ponto de vista semântico, mas não em relação ao estético.
    A aliteração "tempo tempo templo" é boa, pois a palavra vai se transformando, por meio da repetição, o que nos lembra e nos remete à estética concretista. O fim do poema é bom, pois o retorno parece mesmo possível.

    Parabéns João Paulo!

    Mas onde está o Abiatar que ainda não deu as caras?

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  2. Alguém percebeu a ambiguidade de "eras"? Passado mais que perfeito do verbo ser: tu eras o que já não és.

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  3. Grande amigo,
    só consigo falar do seu texto
    como se fala de um presente,
    recebido como algo melhor e pior
    do qualquer carinho.
    adorei!

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