quinta-feira, 7 de julho de 2011

Caratinga de braços abertos



Caratinga completou 163 anos com muita festa e uma programação cultural muito interessante. Minha esposa e eu estivemos presentes. Convidamos um grande amigo meu chamado Ednaldo Moreira, que atualmente vive em Campinas, onde faz doutorado em Teoria e História Literária. Ednaldo é natural de Rio Casca. Fomos colegas na graduação, quando moramos em Mariana, e depois estudamos em Belo Horizonte. Apesar de ter nascido tão perto de Caratinga, não conhecia ainda a cidade das palmeiras e da Pedra Itaúna. Bastou o convite, um pouco de propaganda e ele compareceu.
Logo no primeiro dia, estivemos no lançamento de livro do Camilo, apesar de chegarmos no final, por causa do atraso na viagem. Foi o momento de conhecer uma das coisas mais bacanas da cidade, que é a Casa Ziraldo de Cultura, e conferir a exposição Poesia e cartum: duas visões de Drummond. Conversamos com o amigo Camilo, que fez as dedicatórias e deu boas-vindas ao Ednaldo. Depois disso tivemos a oportunidade de tomar uma cerveja gelada ouvindo os músicos Manoel Boca e a Analigia Reis. Meu amigo conheceu todo mundo. A jornalista Fabiane Arêdes listou todos os lugares que ele precisava conhecer na cidade e definiu muito bem o caratinguense como um povo hospitaleiro e talentoso. Devemos ao amigo Hermam Mendes a boa conversa sobre música popular e a situação do compositor na cidade e no Brasil.
No dia seguinte, o primeiro dia de festa, o Ednaldo conheceu o pão de queijo da dona Odila, minha mãe. Era feriado. Estivemos em alguns pontos turísticos da cidade. Meu amigo viu o monumento do menino maluquinho, a construção do santuário e o tapete decorativo que fazem nessa época do ano. Tudo isso muito rápido, pois era preciso subir no alto da Pedra Itaúna, o cartão postal mais importante da cidade. Parapentes deslizavam no céu. O acesso, que merece ser alargado, não está tão mal, mas precisa de cuidados, pois há buracos e mato. No alto da pedra avistamos a cidade pequenina lá embaixo. É de fato muito bonito. Considerei que aquelas antenas poderiam ser afastadas e no lugar poderíamos ter um restaurante ou algo do tipo. Seria muito bom fazer uma refeição vendo aquela vista maravilhosa. De volta, fomos para a praça ver as apresentações musicais no coreto do Oscar Niemeyer, comer e beber. Confesso que não entendi aquelas gravuras religiosas no palco. De qualquer forma, embaixo delas havia boa música. Considerei que o som poderia estar mais baixo, mesmo quando se toca rock. Mas esses detalhes não diminuíram a importância e a beleza da festa. A cidade, aliás, estava lotada. Foi o dia em que tocaram Renata Cordeiro e Ronise Ramos, dentre outros.
No dia de aniversário da cidade, estivemos no sítio de meu pai pela manhã, passando por Piedade de Caratinga. A estrada estava boa. No percurso, meu amigo conheceu a região da avenida Dário Grossi, avistou os prédios da Unec, dentre outras coisas. À tarde estivemos mais uma vez na praça Cesário Alvim. Não queríamos perder o show do Thiago Delegado, cujo trabalho acompanho desde a época em que tocava com o músico Ausier, no Pedacinhos do Céu, em Belo Horizonte. O Thiago Delegado e os demais músicos nos presentearam com um show muito bonito e emocionante. No meio da plateia avistei muita gente conhecida: Nelson Sena, Fernanda Cordeiro, Camilo, Paulinho Paul, Raul Miranda, Edra, dentre outros. Nesta noite pude apresentar ao Ednaldo o meu grande amigo Fernando Campos, que esteve conosco durante o show do Thiago Delegado.
No dia 25 lá estávamos de novo na praça, conferindo os shows. Ficou faltando apresentar ao meu amigo muitas pessoas interessantes da cidade, como o Carlos Araújo e o escritor Maxs Portes. Mas haverá tempo para ele conhecer todo mundo e também a arte produzida pelo caratinguense. No dia 26 nos despedimos do Ednaldo, que seguiu para Rio Casca, sua terra natal. A rodoviária de Caratinga é boa, mas precisa de atenção e melhorias. Tenho certeza que agora Caratinga segue junto com meu amigo e, com ele, rodará todo o Brasil. Adriana e eu ficamos um pouco mais para matar a saudade da terra, da família e dos amigos.

 
Fonte:
TEIXEIRA, Marcos. Caratinga de braços abertos. In: Diário de Caratinga. n. 4734. 30 jun. 2011, p. 07.

2 comentários:

  1. Pois é, Marcos. Eu (que embora o nik não revele sou a tal Renata Cordeiro) pedi pra abaixar várias vezes. E se tem uma coisa em que todos os músicos concordaram, foi que o som esteve de ruim a muito ruim durante toda a festa. Como fui a primeira BANDA a tocar, fiquei com o muito ruim.
    Bjos,
    Tata.

    ResponderExcluir
  2. Pois é Renata, há muito o que melhorar nas festas da cidade. Ano passado na festa de julho o som estava altíssimo também. Esse tipo de festa tem que ter um som moderado e bom. No pequeno texto que escrevi fiz alguns comentários mais críticos com o objetivo de ver a coisa melhorar. Precisam cuidar melhor do coreto nessa festa também, afinal ele é um grande atrativo turístico da cidade. Mas tirando os problemas (que não são poucos e nem todos foram comentados), a festa valeu muito a pena. É bom ver os músicos da cidade reunidos e apresentando os seus trabalhos. Teve três lançamentos de livro (que fiquei sabendo). E teve outras coisas. A cidade lotou e isso é muito importante, afinal cultura traz dinheiro para a cidade. É importante que todo mundo encaminhe para a Secretaria de Cultura, de Eventos, de Turismo e para as outras uma crítica construtiva como essa de abaixar o som. Ademais, estão todos de parabéns e se eu puder ano que vem estarei de novo na festa.

    ResponderExcluir